Unicamp está produzindo insumos para a realização de testes moleculares para Covid-19

O teste de RT-PCR (transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase, na sigla em inglês) ainda não decolou no Brasil no que se refere aos testes de Covid-19. O motivo apontado é a falta dos reagentes, visto que todos os insumos são importados e estão escassos no mercado.

Em razão disso, pesquisadores da Unicamp estão produzindo matérias-primas para estabelecer protocolos com a finalidade de usar reagentes produzidos por startups de biotecnologia localizadas em São Paulo.

“A ideia é conseguir usar insumos e reagentes produzidos no país em todas as etapas do teste de RT-PCR”, declarou André Schwambach Vieira, professor do Instituto de Biologia da Unicamp.

O teste do tipo RT-PCR (teste molecular), capaz de identificar o material genético do vírus em mucosas nasal e da garganta, está sendo utilizado em testagem em massa, em países como Alemanha e Coreia do Sul. Este exame identifica o vírus no início da infecção e permite isolar rapidamente as pessoas infectadas.

Os testes sorológicos podem detectar a doença em uma fase mais tardia, a partir do décimo dia do início dos sintomas, momento que já foram produzidos os anticorpos.

No teste molecular, o material coletado é encaminhado aos laboratórios de análises e submetido a um processo de extração e purificação do material genético do vírus – o RNA.  “A purificação do RNA viral é uma etapa crítica, pois permite que o teste tenha a maior sensibilidade possível e garante a reprodutibilidade dos resultados”, comentou Vieira.

Atualmente, para realizar os testes de PCR para detecção da Covid-19 é preciso empregar partículas nanomagnéticas. Os kits de extração de RNA também são importados e apresentam o mesmo problema.

Por conta disso, pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp também conseguiram sintetizar partículas micromagnéticas para extração e purificação de RNA viral. A quantidade de partículas magnéticas desenvolvidas pela Unicamp pode atuar em 10 mil extrações de RNA do novo coronavírus.

Além disso, os pesquisadores da Unicamp também conseguiram substituir outros insumos importados nos testes de RT-PCR como enzimas, primers e sondas.

“Já usávamos os reagentes produzidos por startups brasileiras em projetos de pesquisa anteriores. Agora, com a pandemia de Covid-19, decidimos compará-los com os importados para verificar se apresentam a mesma qualidade e eficiência. Os resultados foram muito positivos”, comentou Vieira. (Com informações da Agência Fapesp – 12.05.20)

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