Quem não se lembra da extração preventiva das mamas realizada pela atriz estadunidense Angelina Jolie, por conta da mutação do BRCA, gene que protege contra o câncer de mama, de ovários e, em alguns casos, de pâncreas e de pele do tipo melanoma,
Recentemente, outra artista, a atriz Isabel Teixeira, também acabou de fazer esse procedimento, porém com uma condição rara, a Síndrome de Li-Fraumeni, que representa a mutação do gene TP53, principal gene contra o surgimento do câncer em geral.
“É o que chamamos de guardião do genoma. Ou seja, esse gene representa um papel de anjo da guarda do organismo, um protetor biológico nos processos replicativos celulares que evitam que as células entrem em desordem”, comentou o médico, mestre e Ph.D. em Oncologia, Dr. Wesley Pereira Andrade, médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
Isso significa, de acordo com o médico que, quem nasceu sem esse gene mutante nasceu sem o seu guardião, isto é, predisposto a ter vários tipos de câncer, entre eles, câncer de mama, de partes moles (sarcomas), de sistema nervoso central, de suprarrenal, de pâncreas, entre outros.
Diagnóstico
A mutação do TP53 é feita mediante a realização de um teste genético, ou seja, colhe-se sangue ou saliva e é realizado um estudo do DNA humano no laboratório à procura de mutações genéticas. “Hoje, modernamente, nós fazemos o que chamamos de painel mutigênico, isto é, quando o médico suspeita que um paciente tem alguma mutação genética. Nesse painel observa-se vários genes que se associam ao câncer de mama e ao câncer de ovário”, sinaliza o especialista.
Segundo ele, o médico só vai solicitar esse exame quando imagina que na família possa ter essa mutação de acordo com a faixa etária que a pessoa teve câncer. “Se teve mais do que um câncer, se os familiares tiveram câncer e como essa associação desses cânceres podem estar correlacionados. Ou seja, depende de o médico traçar essas várias correlações para pedir o teste genético”.
Ao concluir, o oncologista afirma que os convênios médicos pagam quando as evidências são muito grandes de se ter essas mutações genéticas. “Para aqueles casos que a evidência é parca, fraca, o convênio médico não paga e o paciente acaba tendo que pagar no próprio bolso, tendo um custo entre R$ 1.500 e R$ 2.000 aproximadamente”.