A falta de uma política clara de avaliação dos testes e de um protocolo de utilização dos novos diagnósticos para o combate do coronavírus está preocupando o setor de diagnóstico.
A inquietação do segmento laboratorial ocorre pela forma inadequada com que os testes rápidos podem ser utilizados.
Por conta disso, algumas entidades estão aglutinadas para desenvolver orientações clínicas e de boas práticas para o uso adequado dos novos exames.
Entre as entidades está a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). O mote é a criação de um protocolo para cada teste disponível no mercado. O grupo já solicitou uma agenda com o Ministério da Saúde para formatar a iniciativa.
De acordo com informações, a CDBL e a SBPC/ML devem publicar uma lista de referência, com sensibilidade e especificidade dos testes, com o objetivo de ser aproveitada nos setores público e privado.
“Queremos um protocolo em que um laboratório de referência será responsável por todas as avaliações”, comentou Carlos Eduardo Gouvêa, presidente executivo da CBDL.
Estas iniciativas integram um projeto conjunto já iniciado no Centro de Diagnóstico Internacional da London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM), de Londres, com o apoio da União Europeia e da Organização Mundial de Saúde (OMS). A proposta é avaliar todos os produtos disponíveis no mercado, além de estabelecer bancos de amostras biológicas (biobanks) em centros de pesquisa parceiros.
A autorregulação no Brasil é uma ação inédita na área de diagnósticos, haja vista a urgência nos planos de contenção ao Covid-19. (Com informações do El País – 01.04.20)