As fake news estão tão boas como um roteiro de série, mas nem Black Mirror, nem Arquivo X. É preciso transmitir a verdade

Às vezes é impossível acreditar, mas uma apuração realizada em 2020 constatou que pelo menos 79 denúncias foram feitas contra médicos e enfermeiros que foram acusados de disseminar fake news em plena crise sanitária do coronavírus. Deste total, 40 casos foram abertos para sindicâncias. Para o levantamento, o portal G1 entrou em contato com as assessorias de todos os 27 conselhos regionais de medicina e de enfermagem.

Felipe Magalhães, especialista em clínica médica e coordenador de conteúdo da maior plataforma de streaming para estudantes de medicina, a Jaleko, vê a importância de ensinar, os futuros médicos e a população, a tomarem cuidado com a informação.

“Quando vi a quantidade de informações equivocadas que estão à solta na internet, mesmo antes da COVID-19, percebi a importância desse novo passo para os estudantes de medicina, os profissionais da saúde e a sociedade”, afirma Magalhães.

E para completar, o especialista também desvenda as maiores fake news da pandemia:

– Vírus criado em laboratório: em algum lugar do mundo, um virologista levantou essa questão e, apesar do governo chinês negar e as evidências científicas mostrarem que não é o caso, as pessoas insistem em compartilhar. Esse contexto leva parte da população a não querer se vacinar com a CoronaVac, produzida pela chinesa Sinovac;

– Máscaras oferecem riscos à saúde: asfixia por retenção de gás carbônico. Essa é uma das fake news mais perigosas também. Não é real. As máscaras são porosas, deixando espaço para que a pessoa consiga respirar, mas evita as gotículas de saliva externas. Existem diversos atletas mostrando como é possível fazer esportes com elas, além, é claro, dos próprios médicos que realizam cirurgias que, muitas vezes, passam de oito horas;

– Cloroquina: uma briga eterna no país. A hidroxicloroquina é um medicamento contra malária e, por vezes, é ministrado em pacientes com algumas doenças autoimunes. Porém, a Organização Mundial de Saúde (OMS), e agora até o Ministério da Saúde do Brasil, já atestaram a sua ineficácia para o tratamento da Covid. Portanto, não é recomendada como tratamento precoce;

– DNA humano e Microchip: Por favor, nós não estamos em um capítulo de Black Mirror, nem do Arquivo X!  Portanto, vacina boa é vacina no braço. Nosso DNA é alterado o tempo todo. Nosso corpo, inclusive, possui mecanismos de correção. Agora, microchip com bluetooth que tem todas as nossas informações e passa para grandes empresas chama-se celular, e não vacina;

– O novo coronavírus não resiste ao calor: o problema é que até uns 50 ou 60 graus Celsius ele resiste bem, então não é um solzinho de 30 ou 40 graus que vai mata-lo. Portanto, não adianta aglomerar na praia. E lembre-se que, mesmo no sol, a nossa temperatura interna se mantém relativamente estável, ou seja, em média entre 36º e 37º. (Com informações da Enxame de Comunicação – 27.07.21)

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