Para 2023 são esperados mais de 7 mil casos de câncer de ovário. A doença, que acomete mais mulheres acima de 40 anos, apresenta alto índice de letalidade

O câncer de ovário não é um câncer muito comum, mas é extremamente letal. São esperados para esse ano no Brasil cerca de 7.300 novos casos (o número de casos de câncer de mama está estimado em 73.600). No entanto, a medicina considera esta neoplasia com um índice alto de letalidade, entre 55 e 60%.

O câncer de ovário, ainda hoje em 2023, é um câncer muito traiçoeiro e de difícil diagnóstico, mesmo com toda a tecnologia disponível. A despeito da vigilância clínica, a maior parte dos casos continua sendo diagnosticada em fase localmente avançada, caracterizada por implantes peritoneais e disseminação linfonodal, ou seja, precocemente esse câncer sai do ovário e contamina os órgãos intra abdominais e membranas que revestem o intestino (chamado de peritônio). 

Fatores de risco

“A idade é um fator de risco importante para o câncer de ovário, sendo que a maioria dos casos ocorre em mulheres com mais de 50 anos. Além disso, a história familiar de câncer de ovário, mutações genéticas hereditárias e o uso de terapia hormonal após a menopausa também aumentam o risco de desenvolver a doença”, comenta o Ph.D. e mestre em oncologia, Dr. Wesley Pereira Andrade, médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e médico titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Dr. Wesley Pereira Andrade.

O câncer de ovário tem uma relação com mutações genéticas de suscetibilidade, onde destaca-se a mutação do gene BRCA que ficou muito em evidência com a atriz Angelina Jolie que descobriu essa mutação e levou a mesma a decidir pela remoção profilática das mamas e das trompas e ovários. 

Em condições normais, os genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2funcionantes promovem reparação do DNA (recombinação homóloga), mantendo a estabilidade genética celular e evitando o desenvolvimento de câncer. Pessoas que nascem com esses genes defeituosos, perdem um protetor contra o desenvolvimento de câncer, estando então biologicamente mais suscetível.

Sintomas

Segundo o médico ginecologista e obstetra, Dr. Domingos Mantelli, os sintomas do câncer de ovário podem ser vagos e inespecíficos, o que torna difícil o diagnóstico precoce da doença. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

  • Dor ou desconforto abdominal persistente;
  • Inchaço ou distensão abdominal;
  • Alterações no hábito intestinal, como constipação ou diarreia;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Sensação de saciedade precoce durante as refeições;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Sangramento vaginal anormal;
  • Aumento do volume ou sensibilidade das mamas;
  • Cansaço constante;
  • Perda de peso inexplicável.

“É importante ressaltar que esses sintomas também podem ser causados ​​por outras condições médicas, portanto, é fundamental consultar um médico se você estiver experimentando qualquer um desses sintomas de forma persistente. Além disso, é importante estar ciente de seus fatores de risco, como história familiar de câncer de ovário ou mutações genéticas hereditárias, e discutir com seu médico a possibilidade de realizar exames de detecção precoce, como o teste de sangue CA-125 ou ultrassonografia transvaginal”, alerta o médico.

Tratamento

O tratamento padrão consiste na combinação de cirurgia oncológica citorredutora + quimioterapia. Em geral, essa quimioterapia é dada antes das cirurgias para as lesões mais avançadas que, infelizmente, ainda são a maioria dos casos. Apesar de um bom índice de remissão completa inicial com o tratamento, cerca de 70% das pacientes irão recidivar após três anos de seguimento.

Prognóstico

A letalidade do câncer de ovário é alta, principalmente porque muitos casos são diagnosticados em estágios avançados, quando a doença já se disseminou para outras partes do corpo. No entanto, quando diagnosticado precocemente, o câncer de ovário tem uma taxa de cura relativamente alta. Por isso, é importante que as mulheres estejam atentas aos sintomas da doença e realizem exames de rotina regularmente. (Com informações da Contato Comunicação – 03.05.23)

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