Em entrevistas ao portal Labnetwork, os líderes do mercado de Medicina Laboratorial, entre eles, o presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa; Alex Galoro, presidente para o biênio 2016/2017 da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML); e, Jerolino Lopes Aquino, presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), revelam suas perspectivas para o próximo ano.
Carlos Gouvêa, presidente da CBDL, avalia que 2016 será, sem sombra de dúvidas, um ano de muito trabalho para o mercado de medicina laboratorial. Se, por um lado, temos a pressão dos pagadores por reduções de custos, do outro temos um cenário de câmbio incerto e desfavorável, principalmente por conta do momento de turbulência política pelo qual passamos, ainda repleto de questões. “Mas, tudo isto reforçará a tese de que serão necessários muito trabalho e esforço conjunto de toda a cadeia – fabricantes, distribuidores, laboratórios, autoridades e academia – em prol do aumento da conscientização da importância do diagnóstico precoce e de qualidade”, ressaltou.
Segundo o dirigente, em um momento em que se detectam surtos de novas enfermidades por todo o País, em que se verifica o aumento da incidência do HIV junto a jovens e idosos, em que se alcança o máximo da eficácia terapêutica de drogas para câncer, a partir de um diagnóstico que permite ver qual a melhor solução para cada caso específico (medicina personalizada), não há como não continuar o árduo trabalho de melhorar e integrar-se cada vez o diagnóstico a todo o sistema de saúde.
“Por isto, apesar de todos os desafios que se apresentam, sem sombra de dúvidas, 2016 será um ano de construção de novos patamares para o setor”, finalizou Gouvêa.
Para Alex Galoro, presidente da SBPC/ML, as perspectivas para o setor da Saúde, e mais especificamente dos laboratórios clínicos, não são as melhores para o próximo ano. “A previsão de continuidade da crise política e econômicas para 2016, com a economia em recessão e aumento do desemprego, devem impactar diretamente na demanda e financiamento dos laboratórios”, acredita.
Ele vê como positiva a inserção, em 2016, de mais sete novos testes no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde, permitindo o acesso dos pacientes a diagnósticos importantes como dengue e chikungunya. A epidemia de zika vírus também tem gerado uma procura bastante grande pelo diagnóstico da infecção por este vírus. Em 2016 deveremos observar a introdução de mais testes voltados ao diagnóstico desta patologia e conhecer com mais detalhes as complicações e aspectos desta nova doença que tem acometido o país como um todo.
Na opinião do presidente da SBAC, Jerolino Lopes Aquino, o ano de 2015 foi marcado pelas crises política e econômica, sendo a mais grave a primeira delas. “Essa junção trouxe enormes prejuízos para o país, e não seria diferente na área da Saúde e, em particular, no segmento das análises clínicas que sofreu com a falta de reajustes nos repasses aos prestadores de serviços do setor pelo governo e operadoras dos planos de saúde, aumento de custos crescentes dos produtos médicos e especialmente os insumos laboratoriais, mudanças nas regras e regulamentações de saúde, acarretaram um enorme impacto negativo que refletiu diretamente em todo segmento, atingindo com maior ímpeto os pequenos e médios laboratórios.
“Acreditamos que em 2016 superar a crise é necessário superar a crise, adotando medidas emergenciais, com reforma política e econômica que reestruture as finanças do governo e possa dar norte à saúde. Porém, lamentamos que a crise econômica esteja alimentando a política e vice-versa”, concluiu Jerolino.
(Com informações do portal Labnetwork – 16.12.15)