As glosas médicas são um processo de revisão e avaliação de faturas emitidas por prestadores de serviços de saúde, com o objetivo de verificar se a cobrança está correta e se atende aos padrões estabelecidos pelas operadoras, sejam elas públicas ou privadas. É um procedimento importante para garantir a transparência e a eficiência dos processos, prevenindo erros e fraudes que possam afetar as finanças das operadoras e dos pacientes.
No entanto, de acordo com Éber Feltrim, especialista e consultor de negócios na área da saúde e CEO da SIS Consultoria, se não houver um bom sistema de armazenamento de dados, as glosas podem se tornar uma dor de cabeça para os gestores. “É possível minimizá-las realizando o preenchimento correto das guias com as informações dos pacientes e dos serviços ou procedimentos realizados. Infelizmente, a divergência nos pagamentos é algo recorrente entre clínicas e convênios, mas com o avanço da tecnologia e a automatização dos processos no preenchimento online, estas divergências estão diminuindo”, relata.
Alguns passos podem minimizar o risco de glosas médicas. “É importante que todas clínicas e hospitais realizem o cadastro de seus pacientes e registro das atividades e prontuários de forma eficiente. Este cadastro deve ser preenchido não apenas com os dados pessoais completos, mas também com os itens do convênio do paciente, informando plano de saúde, número da carteirinha, cobertura e outras informações”, pontua Feltrim.
Existem algumas categorias de glosas que se diferenciam em alguns aspectos, mas todas resultam em retrabalho da atividade. “A glosa técnica, por exemplo, refere-se à inconsistência no atendimento técnico por parte do profissional, enquanto a glosa hospitalar refere-se a inconsistências administrativas, como falha no preenchimento de informações. Por sua vez, as glosas lineares dizem respeito ao relacionamento entre plano de saúde e clínica, onde são informados serviços, procedimentos ou materiais que não são cobertos ou previamente autorizados para o plano do paciente”, revela.
Para o CEO da SIS Consultoria, estar atento aos prazos é fundamental para que o transtorno não se torne frequente. “É importante que a clínica entenda o processo de atendimento ao paciente de acordo com o convênio e seus prazos para envio de guias, documentos, autorizações e liberações de procedimentos e serviços, evitando retrabalhos e eventuais prejuízos”, declara.
Feltrim acredita que a tecnologia é fundamental para um bom andamento administrativo de clínicas e hospitais. “Essas soluções auxiliam na captação de informações do paciente e dos planos de saúde, sendo extremamente importante para um bom gerenciamento. Com seu avanço, já existe a integração entre os softwares e os sites dos planos de saúde, permitindo o compartilhamento das informações e minimizando os erros, gerando menos glosas hospitalares”, finaliza. (Com informações da Carolina Lara – 23.02.23)