As leucemias, apesar de serem relativamente raras (estimativas do INCA apontam para 10.810 novos casos em 2020), atingem todas as faixas de idade, dos recém-nascido ao idoso. Não há formas efetivas de prevenir a doença, portanto, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Como parte das ações da campanha Fevereiro Laranja, a SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) está fazendo um trabalho de conscientização, divulgando informações sobre a doença. Você pode conferir um vídeo sobre o tema, gravado pelo hematologista Dr. Carmino A. de Souza, neste link https://youtu.be/VPxBry0VfcY.
O médico, que é membro da SMCC, explica que as leucemias são divididas em dois grandes grupos: leucemia linfocítica (linfoides), que pode ser aguda ou crônica, e mieloides, que são também crônicas ou agudas. “A diferença é que as linfoides são dos extremos da vida. A aguda é uma doença fundamentalmente da infância e da adolescência, porém existem em outras idades e podem acometer inclusive pessoas idosas. Já a leucemia linfocítica crônica, não. Ela não atinge crianças e adolescentes e é fundamentalmente dos pacientes idosos. Raramente acomete pessoas no meio da vida”, comenta.
Diferentemente das linfocísticas, as mieloides podem atingir todas as faixas etárias, mas elas predominam no adulto, seja jovem ou idoso. “A leucemia mieloide crônica teve um extraordinário avanço nos últimos anos por conta do desenvolvimento dos inibidores de tirosina quinase, que mudaram a história natural dessa doença. Hoje, essa doença, que era fatal, em poucos anos, passou a ser crônica e controlada”, comemora o hematologista.
Já as leucemias mieloides agudas continuam sendo um grande desafio. “São doenças potencialmente curáveis, não há a menor dúvida, mas os avanços dos últimos anos não foram tão expressivos, como no caso da leucemia mieloide crônica. E nós ainda temos uma alta taxa de mortalidade”, compara. “Eu diria que a leucemia mieloide aguda é uma doença órfã no Brasil. O acesso ao tratamento é muito pequeno em vários locais do nosso país”, diz.
Prevenção
“Infelizmente, nós não temos, ao contrário de alguns tumores sólidos, uma prevenção para as leucemias. As leucemias são diagnosticadas em geral com grande facilidade porque elas mostram anormalidades clínicas e ao hemograma de fácil compreensão, mas nós não temos nenhum mecanismo eficiente de prevenção”, explica.
Por esse motivo, Dr. Carmino destaca a importância do diagnóstico precoce. “As leucemias são doenças em que o diagnóstico precoce é muito importante, e a intervenção diagnóstica e terapêutica, o mais cedo possível, é que vai promover o sucesso do tratamento”, reforça. De acordo com ele, é importante ficar atento aos sinais, que são de acordo com o tipo de leucemia: aguda ou crônica.
“As leucemias agudas têm como sinais mais importantes a febre, a anemia e o sangramento. Esses são os sintomas constantes a todas as leucemias agudas. E podem ter também visceromegalia, adenomelagia e hepatoesplanomegalia”, orienta. “Já nas leucemias crônicas, os sintomas gerais não são, habitualmente, muito exuberantes, mas você tem sinais clínicos, como crescimento de linfonodos e hepatoesplanomegalia. O importante é o hemograma, que sugere fortemente o tipo de leucemia”, afirma. (Com informações da Capovilla Comunicação – 10.02.22)