A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), em parceria com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia Hospitalar (ABIH), promoveram, último dia 23/11, o “Encontro de Sociedades Médicas”. O evento online, apoiado pela empresa bioMérieux Brasil, teve o macrotema “AMS TALKS – Semana mundial da conscientização do uso de antimicrobianos – Impacto da covid-19 nos perfis de resistência antibacteriana e na conduta clínica”, e contou com a moderação do médico Patologista Clínico responsável pelo setor de Microbiologia do Fleury Medicina e Saúde, Dr. Jorge Luiz Mello Sampaio.
A PhD, MsC em Biotecnologia e Saúde – Fiocruz –B, Dra. Maria Goreth Barberino falou sobre aspectos laboratoriais. Segundo a especialista, a resistência é uma grande ameaça a saúde global. A percepção atual é que se trata de um problema decorrente do uso indiscriminado de antibiótico. Há um aumento alarmante em bactéria MDR (Multidrug-resistant).
A consequência da resistência microbiana impacta no tempo de interação, aumento de custo de tratamento e aumento da taxa de morbidade e mortalidade do paciente.
Presume-se se que centenas de mortes ocorram por isso e a estimativa para 2050 é que ocorram 10 milhões de óbitos.
Resistência na era covid-19: o aumento no uso de antibióticos é inegável no mundo todo, houve excesso da demanda nas unidades de saúde, diminuição do controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), falta de treinamento de novos profissionais, excesso de uso de desinfetantes impactando no meio ambiente e em animais.
Por que se usou tanto antibiótico? “Ao lidar com uma pandemia de origem zoonótica que atingiu a humanidade, com uma sensação de insegurança e na ausência de soluções comprovadas e imediatas, existiu a tentativa de redirecionar os antimicrobianos de nosso arsenal, bem como de recorrer à inovação e isso foi incompreensível inicialmente”, explica.
Sobre os testes, existem diversos eficazes. A vantagem dos testes rápidos é a decisão rápida do tratamento.
A médica Infectologista Dra. Ana Verena Almeida Mendes, falou sobre aspectos clínicos. Acerca do impacto da covid-19 na conduta clínica, ela explicou que na pandemia houve o aumento de microrganismos MDR.
A médica ressaltou diversos pontos abordados pela Dra. Maria e salientou que a perspectiva é que “muitas tecnologias microbiológicas, como a ressonância, são incríveis, mas diversos hospitais sequer têm uma bancada automatizada de microbiologia”.
As hospitalizações prolongadas e as taxas de moralidade altas, o fardo econômico, a limitação de planos de saúde emergente, ente outros pontos, agravaram a situação desde a Política Global de Prevenção de Resistência Bacteriana feita em 2015.
Sobre os fatores de risco, a especialista destacou o tempo prolongado na UTI, o uso indiscriminado de antimicrobianos, o uso de corticoides e imunomoduladores, dispositivos invasivos, manobras ventilatórias – VNI / Pronação, entre outras, isolamento, colonização intestinal, uso excessivo de antissépticos e desinfetantes e restrição de recursos. (Com informações da Advice Comunicação Corporativa – assessoria de imprensa da SBPC/ML – 25.11.21)