Economista é otimista, mas realça incertezas com o fim do auxílio emergencial e sobre o comportamento de consumidores e investidores

Otimismo e esperança marcaram a apresentação do economista Eduardo Gianetti da Fonseca, durante o evento de fim de ano da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), acontecido na última sexta-feira (4/12), pela Plataforma “Go to Meeting”. O tema da apresentação do economista foi Conjuntura Econômica e Política –  Perspectivas para o Brasil pós-COVID-19”.

Gianetti falou sobre as incertezas que rondaram a economia global em 2020 como a dinâmica da pandemia, a promessa salvadora de uma vacina, o advento de uma segunda onda e como reagirá a economia de cada país com a suspensão de programas de sustentabilidade como o auxílio emergencial. “As estimativas dão conta que foram injetados mais de 4,2 trilhões de dólares na economia mundial no período da pandemia. Uma extravagância fiscal e monetária. Como o mundo reagirá quando isso for suspenso?”, inquiriu o especialista.

Outra inquietação de Gianetti refere-se ao comportamento humano pós-trauma da Covid-19: como reagirão os consumidores e investidores quando tudo isso passar? Serão mais prudentes ou esbanjadores?

No que diz respeito ao Brasil, o economista mostrou-se otimista sobre as contas externas, “há um superávit na balança comercial, reservas cambiais elevadas e os investimentos estrangeiros são bastante favoráveis”, disse Gianetti.

Com relação às contas públicas do Brasil, o economista adverte que este tópico exigirá muita atenção e um comportamento de extrema responsabilidade com contenções de gastos e uma dívida pública caminhando para a estabilidade em busca de uma ancoragem fiscal que foi perdida em função da pandemia.

“Para recuperar a ancoragem fiscal em 2021 será preciso estabelecer uma reforma administrativa dos setores públicos; uma política sem extravagâncias de salário mínimo; privatizações e concessões e, por fim, manutenção de juros baixos”, prevê o economista.

Gianetti também criticou a forma pela qual foi feita a transferência de renda no Brasil, “o governo Bolsonaro foi leniente demais porque distribuiu rendas para milhares de pessoas que não necessitavam. O critério foi muito frouxo, o recurso deve chegar a quem, de fato, precisa”.

Além disso, o economista condenou os chamados super salários em todas as esferas de poder: no executivo, no legislativo e, principalmente, no judiciário.

Com relação ao PIB brasileiro, Gianetti afirmou não ser surreal o crescimento na ordem de 3,5 a 4% em 2021. “Se mantiver o patamar do fim de 2020, isso já garante 2,4% de crescimento do PIB”, disse ele.

Por fim, Eduardo Gianetti da Fonseca se diz otimista com relação à economia, política e saúde para 2021. “Vi com bons olhos a derrota de Donald Trump, isso tranquilizou o mercado e evitou uma guerra comercial sangrenta entre China e Estados Unidos”, enfatizou Gianetti.

De acordo com ele, as três tendências mais evidentes para 2021 é que o mundo estará mais endividado, menos globalizado e muito mais digitalizado.

No tocante à saúde pública, Gianetti afirmou que o SUS passou muito bem pela pandemia, no entanto, para 2021, muito embora os gastos públicos com a saúde deverão voltar mais próximos aos patamares normais, não se pode gastar excessivamente para que a economia do país não adoeça.

“Embora tenha sido um ano muito difícil para todos, o setor  começará o ano de 2021 bem otimista por ter conseguido comprovar a importância e o valor do diagnóstico preciso e precoce. Assim, a visão positiva do Prof. Giannetti é compartilhada por todos nós. Esperamos apenas que os demais pressupostos se cumpram por parte dos nossos governantes” complementa Carlos Gouvêa, presidente executivo da CBDL. (Com informações da Oficina de Mídia – 08.12.20)

Anterio

Próximo