Um estudo feito por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) foi capaz de identificar lipídios que funcionam como marcadores biológicos da dengue hemorrágica. A pesquisa foi publicada na revista Scientific Reports.
Os cientistas ressaltaram a fosfotidilcolina, o fosfolipídeo comum nos tecidos humanos, para o desequilíbrio da cascata de coagulação, isto é, processo que estanca hemorragias a partir de plaquetas e fibrinogênio e da formação do coágulo sanguíneo.
O grupo pesquisou 20 pacientes com dengue hemorrágica e que foram tratados no Hospital de Base, da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp).
“Conseguimos identificar, pela primeira vez, que o vírus da dengue ajuda na fosforilação, ocasionando o aumento das fosfotidilcolinas no sangue e gerando o desbalanço natural na via de coagulação. Esses lipídios atuam contra a coagulação e, portanto, acabam ocasionando a febre hemorrágica”, comentou Rodrigo Ramos Catharino, professor na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp.
A análise do plasma sanguíneo conseguiu observar a evolução da dengue para a febre hemorrágica, o que proporcionou aferir como a doença funciona.
“Conseguimos acompanhar o mecanismo de desenvolvimento da doença no plasma dos pacientes e identificar marcadores de evolução justamente quando há queda de plaquetas no sangue. A alta da fosfotidilcolina é, portanto, um indicador de que vai ocorrer febre hemorrágica. Existe um grande balanço da cascata de coagulação que é alterado pelo vírus a partir de sua atuação sobre várias moléculas intermediárias para que a coagulação não aconteça”, concluiu Catharino. (Com informações da Agência Fapesp – 25.9.18)