Acaba de ser identificada no Brasil, a nova cepa do SARS-CoV-2. A informação, que partiu da rede de laboratórios Dasa, já foi encaminhada ao Instituto Adolfo Lutz e à Anvisa.
A cepa B.1.1.7 do SARS-CoV-2, que anteriormente foi detectada no Reino Unido e em alguns países da Europa, não apresenta mais letalidade do que as outras cepas, mas pode ser mais transmissível. Exemplo disso, é que na Inglaterra esta nova cepa já representa 50% dos novos casos.
De acordo com o virologista da Dasa, José Eduardo Levi, “A spike é a proteína que o vírus usa para se ligar à célula humana e, portanto, alterações nela podem tornar o vírus mais infeccioso. Os cientistas ingleses acreditam que seja esta a base de sua maior transmissibilidade”.
No Brasil, a nova cepa foi confirmada em dois pacientes por intermédio de sequenciamento genético, em parceria com o IMT-FMUSP. “O sequenciamento confirmou que a nova cepa do vírus chegou ao Brasil, como estamos observando em outros países. Dado seu alto poder de transmissão esse resultado reforça a importância da quarentena, e de manter o isolamento de dez dias, especialmente para quem estiver vindo ou acabado de chegar da Europa”, comentou Ester Sabino, pesquisadora do IMT-FMUSP.
Outro estudo da Dasa relacionado ao cultivo dessa linhagem do vírus e a eficácia dos testes diagnósticos já está em andamento. “Alguns testes de imunologia e de sorologia que só identificam a proteína S podem apresentar resultados falsos-negativos nos diagnósticos dessa nova variante. Estamos antecipando a avaliação para definir os exames que sofram menos interferência em seu desempenho de diagnóstico, numa eventual expansão desta variante no Brasil”, comentou Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.
Campana reforça as precauções redobradas para combater o alastramento do vírus, “a prevenção ainda é o método mais eficaz para barrar a propagação do vírus: lavar as mãos, intensificar o distanciamento físico, usar máscaras e deixar os ambientes sempre ventilados. Apesar das festas de fim de ano e das férias que se aproximam, é imperativo reforçar os cuidados. (Com informações do Labnetwork – 04.01.21)