Brasil terá centenas de testes para o diagnóstico de Covid-19, mas é um dos países que testam menos

A Anvisa já aprovou e registrou 179 testes para a detecção do novo coronavírus, reprovou 79, e 300 ainda estão aguardando aprovação. Apesar da grande profusão de testes, o Brasil é um dos países que testa menos no mundo.

De acordo com o Ministério da Saúde, foram realizados 632 mil exames RT-PCR na rede pública até o dia 10 de junho. Isso corresponde a três testes para cada mil habitantes (os Estados Unidos têm uma proporção de 66,6 testes a cada mil habitantes).

Vale lembrar que, entre os métodos para o diagnóstico de Covid-19 está o RT-PCR, considerado pela Anvisa como “Padrão Ouro”, que busca o RNA (material genético) do vírus no organismo, e é feito por amostras coletadas do nariz e garganta por swab (cotonete). Normalmente, este exame é feito no início do contágio. Já que ele garimpa o material genético do vírus, o exame conta com 100% de especificidade e sensibilidade acima de 95%.

Os laboratórios públicos costumam processar 500 amostras por dia. Já a rede de diagnóstico paulista, coordenada pelo Instituto Butantan, consegue processar cerca de 1.700 amostras por dia. O teste RT-PCR é grátis na rede pública, mas na rede privada, o exame custa entre R$ 150 a R$ 470.

O Hospital Sírio-Libanês também desenvolveu um novo teste com custo de R$ 95, com a especificidade e a sensibilidade do RT-PCR e capacidade para processar 100 mil exames por dia.

Já a área diagnóstica do Hospital Israelita Albert Einstein também apresentou um novo teste para Sars-CoV-2 pelo método de sequenciamento de nova geração, com especificidade de 100% e sensibilidade de 90%, e capacidade de processamento de 24 mil testes por semana.

O Grupo Fleury produziu um teste de espectrometria de massa, com especificidade de 100%, porém a sensibilidade é de 84%. A capacidade de processamento da rede é de 1500 por dia.

A Roche também conseguiu um teste com eficácia de 100%, com sensibilidade de 100%, e especificidade maior que 99,8%.

Com relação aos testes sorológicos (anticorpos), há três tipos: a quimioluminescência, a imunoabsorção enzimática (Elisa), e o teste imunocromatográfico (teste rápido). Há cerca de 40 exames de testes sorológicos para Covid-19, com preços que variam entre R$ 90 a R$ 380.

Os testes rápidos são feitos com a colheita de uma gota de sangue, e os resultados costumam ficar prontos entre 10 e 30 minutos. No entanto, muitos apresentam acurácia entre 60% e 70%, considerada baixa pelos especialistas.

Laboratórios privados como Einstein, Labi Exames e Hermes Pardini, disponibilizam o exame imunocromatográfico. Por conta da baixa acurácia destes exames, foi criado um programa de revalidação dos testes com a participação de entidades do segmento laboratorial como CBDL, SBPC/ML, SBAC e Abramed. (Com informações da Folhapress – 16.06.20)

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