A microbiologista e diretora de pesquisa de diagnóstico da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM), Rosanna Peeling, foi uma das palestrantes da 9ª edição do Workshop Internacional – “Testes de Diagnóstico com Qualidade Assegurada e Acessíveis para Programas de Saúde Pública”-, evento que foi realizado nos últimos dias 2 e 3 de setembro, no auditório da sede da ANVISA, em Brasília (DF).
O encontro foi organizado pela Aliança Latino-americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (Aladdiv), em conjunto com London School of Hygiene & Tropical Medicine e o IDC – The International Diagnostics Centre e contou com o apoio de CBDL – Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, ANVISA e Ministério da Saúde.
Rosanna, que também é diretora do IDC, falou sobre a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de chegar a 50 casos por 100 mil habitantes em incidências do vírus do HIV e da sífilis no mundo, além do objetivo da instituição em conferir 95% de acesso ao diagnóstico e tratamento destas doenças.
A médica discorreu também sobre o êxito de países como Cuba, Tailândia, Antígua e Barbuda, Bermudas, Ilhas Canárias, Anguilla, Malásia e Ilhas Maldivas na eliminação do vírus do HIV.
“É necessário ter boa vontade política, além de recursos humanos e financeiros para oferecer um sistema de saúde pública robusto capaz de disponibilizar acesso fácil e tratamentos adequados”, frisou Rosanna.
Para a microbiologista, é preciso defender a causa e proporcionar um maior número de exames em mulheres grávidas, além de financiamentos direcionados aos diagnósticos como os testes Point of Care (POC).
Com relação aos testes laboratoriais remotos, que conferem custos mais baixos aos sistemas de saúde, Rosanna observou avanços em países como Brasil, Peru, Haiti, Zâmbia, Tanzânia, Uganda e China. No entanto, é preciso cuidados especiais no tocante à manutenção do Point of Care (POC) em lugares ermos – não apenas com temperatura, coleta de amostras, dentre outros aspectos. “Em algumas florestas, os macacos queriam roubar os testes”, brincou ela.
Entre os desafios apontados pela cientista acerca do POC, Rosanna defende uma maior conectividade nos sistemas de saúde em áreas longínquas e de difícil acesso, e ainda, a ampliação do controle de qualidade, treinamentos específicos e pesquisas que possam implantar novas tecnologias. (Com informações da Oficina de Mídia – 4.9.19)