Dando sequência ao evento dos 25 anos da CBDL, o seu presidente executivo, Carlos Eduardo Gouvêa, chamou à mesa os professores Eduardo Mário Dias e Élcio Brito da Silva, ambos do GAESI/POLI-USP, para abordarem o tema “O Hospital 4.0 e a UTI 4.0 no Hospital das Clínicas”.
O professor Eduardo Mário Dias abriu a apresentação enfatizando que “quem tem tecnologia manda no mundo e vende o que quer, e que o Brasil precisa produzir tecnologia porque não pode comprar tudo”.
O professor Élcio Brito prosseguiu com a apresentação e esclareceu que “o termo 4.0 refere-se à 4ª Revolução Industrial, que vai afetar a vida de todos nós, com a tecnologia transbordando para vários setores.”
Destacou dois importantes projetos desenvolvidos pelo Gaesi com aplicação de tecnologia 4.0, um deles que visa desburocratizar as importações e um outro, sobre a rastreabilidade de cargas, o canal azul.
O professor Mário revelou que absorver tecnologia é muito difícil por isso a união da Poli com a Medicina que resultou no Gaesi.
Sobre o impacto da tecnologia na saúde, o professor Elcio observou que hoje, “com a internet das coisas, tudo pode ser colocado na internet. O digital, o físico e o biológico estão virando uma coisa só e a 4ª revolução está acabando com os limites.”
“Horizonte tecnológico: como se preparar para o futuro” foi objeto da abordagem de Gabriela Tannus, da AxiaBio. Ela ressaltou a importância de se avaliar as tecnologias adequadas para que essas, de fato, possam transformar a saúde no Brasil e diante disso, a necessidade de um monitoramento dessas tecnologias levando em conta fatores como segurança, eficácia,desenvolvimento, indicações de uso e custos.
Apontou necessidades futuras como: diagnóstico precoce e prevenção; tecnologias assistivas e para a população que está envelhecendo, entre outras.
Fernando Narvaez, diretor para América Latina de Terapias Avançadas da Siemens Healthineers, discorreu em seguida sobre “A Indústria de Produtos para Saúde – Desafios e Inovação”.
Em sua exposição ressaltou a mudança de perfil das doenças decorrentes de uma população mais idosa e a transformação no mercado da saúde por meio de três fatores: Consolidação – necessidade de economia de escala, Industrialização – fazer mais com menos recursos, e Gerenciamento da saúde – gestão da doença X gestão da saúde.
Relacionou e comparou etapas da Industrialização com o que chama de Saúdelização, com destaque para necessidades como: exames ao longo do dia e não em horários de pico, menor tempo de espera, redução do custo do m2 para instalações, menos desperdícios, baixa taxa de reconvocação, otimização de protocolos e melhor fluxo e experiência de pacientes.
Fernando Narvaez finalizou observando que “os custos da saúde podem ser reduzidos melhorando processos.”
O lançamento do Catálogo online de Produtos e-Health (Saúde 4.0) foi anunciado pela economista Patrícia Marrone, coordenadora do livro Saúde 4.0, documento que conta com 25 propostas para alavancar o segmento de Dispositivos Médicos no país, lançado no ano passado pela Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS).
Ela relatou que já escreveu quatro livros e que apenas o Saúde 4.0 está colocando em prática as propostas elencadas. Entre elas, aquelas voltadas à sustentabilidade, que deu origem ao projeto com o Gaesi/USP para Portos, Aeroportos e Fronteiras (PAFs) e o apoio da ABIIS ao trabalho desenvolvido pelo Gaesi/USP para a UTI 4.0 e Hospital 4.0 do HC, além daquelas voltadas à transparência, na qual se enquadra o desenvolvimento do Catálogo e-Health. “Os associados da ABIIS, que têm produtos nessa linha podem preencher o catálogo online com a descrição do produto”, encerrou.
(Com informações da Oficina de Mídia, assessoria de imprensa da CBDL – 9.12.16)