Saiba as causas, riscos, graus e avanços em tratamentos e diagnósticos para combater o câncer de mama

O câncer de mama é o mais comum em todo o mundo, superando o do pulmão. Para este ano (2022) são estimados cerca de 2 milhões e 260 mil novos casos com este tipo de neoplasia.

De acordo com o Ph.D. e mestre em oncologia, Dr. Wesley Pereira Andrade, médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e médico titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a incidência é aumentada pelo envelhecimento da população, mudanças nos hábitos de vida, e fatores biológicos como o início da menstruação em idade precoce, menopausa mais tardia, uso de terapia de reposição hormonal, e a opção de não ter filhos e não amamentar.

Existem vários tipos de graus de câncer de mama, o mais comum é o histológico (1,2 e 3) que se refere à velocidade de proliferação celular, sendo quanto maior o grau, mais acentuada é a agressividade do tumor. “Outra questão que traz dúvidas é o estadiamento, que varia entre os graus 0 e 4, isto é, não se refere à característica biológica da replicação e sim, ao volume de doença no organismo da paciente. Se for de grau zero significa que é uma enfermidade pequena e localizada. Se o estadiamento estiver no grau clínico 4 representa um câncer de mama metastático”, afirma o oncologista.

Segundo o médico, os avanços no diagnóstico precoce são muitos em função da melhoria da tecnologia nos exames de imagem (mamografia), associado ao aumento do rastreamento. “Existem também algumas outras formas de diagnóstico ultra precoce do câncer de mama, ainda em fase de estudo, que consiste na detecção de células tumorais circulantes (ou DNA tumoral circulante). Isso deve revolucionar a realidade do rastreamento do câncer de mama e demais cânceres”, prevê o especialista.

No que se refere aos avanços nos tratamentos medicamentos, para alguns subtipos de câncer de mama (chamado de triplo negativo), é indicado a imunoterapia, para casos iniciais, localmente avançados e metastáticos. 

Além disso, vários novos medicamentos (chamados de terapia-alvo), vêm se ofertando com resultados mais eficazes, mais precisos e menos tóxicos em relação à quimioterapia convencional.

No entanto, o tratamento principal do câncer de mama continua sendo a cirurgia oncológica, responsável pelo maior peso na cura dos pacientes. “Quanto mais medicamentos a paciente precisa tomar significa que este tumor não foi diagnosticado na fase inicial. Em um mundo ideal, a maioria dos tumores seriam detectados precocemente, no qual a cirurgia, associada à radioterapia e, muitas vezes, sem necessidade de quimioterapia, resolveria a grande maioria dos cânceres”, reitera ele.

Não há possibilidade efetiva de uma prevenção ao câncer de mama e sim, estratégias para reduzir os riscos, entre elas, manter um peso saudável (evitar a obesidade), combater o sedentarismo, reduzir a ingestão de alimentos ultra processados, fazer atividades físicas, e realizar os exames de mama periódicos (uma vez ao ano). 

“Uma população em específico, que apresenta mutação genética, como é o caso da atriz Angelina Jolie, pode se beneficiar de uma cirurgia profilática, ou seja, a retirada preventiva das mamas para evitar que o câncer apareça. No entanto, só se aplica nas pacientes com estas mutações genéticas. Não se aplica à população geral”, conclui. (Com informações da Contato – 28.09.22)

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