O uso da Profilaxia Pré-Exposição, mais conhecida como PrEP, como forma de prevenção ao vírus do HIV, foi um dos temas abordados durante o 9º Workshop Internacional, promovido pela Aliança Latino-americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (Aladdiv), em parceria com a London School of Hygiene & Tropical Medicine e o IDC – The International Diagnostics Centre, com o apoio de CBDL – Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, ANVISA e Ministério da Saúde. O evento ocorreu nos dia 2 e 3 de setembro, na sede da Anvisa, em Brasília.
A gerente de assistência do CRT – DST AIDS da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, Denise Lotufo, proferiu palestra sobre a prevenção combinada do HIV, que inclui os autotestes, a PrEP, a Profilaxia Pós-Exposição, o uso de preservativos, além do diagnóstico oportuno e o tratamento adequado às doenças sexualmente transmissíveis.
Segundo Denise, a utilização da PrEP como política pública no Brasil, é altamente eficaz e tem um custo efetivamente baixo. “Só não teve adesão de dois estados, Acre e Sergipe. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, mais de 40% recorrem ao método”, salientou.
As diretrizes do programa da PrEP compreende exames de triagem, testes rápidos de HIV e sífilis, além de testagens para hepatites A e B, e até avaliações hepáticas.
“A PrEP tem algumas peculiaridades. Não existe uma rigidez de horários, é preciso criar uma rotina, pode ser administrada, sem efeitos, com o consumo de drogas e álcool, além da possibilidade de compartilhar experiências com as pessoas que procuram os sistemas de saúde”, reiterou Denise.
De acordo com números do Ministério da Saúde, 10.350 usuários recorrem à PrEP, sendo que 69% continuam com a prevenção. 77% das pessoas que utilizam a PrEP são gays, 12% são de mulheres cisgênero, 8% são heteros homens. Apenas 0,2% são trans homens e 3% são trans mulheres. A maioria dos usuários está na faixa etária entre 30 e 39 anos.
Entre os desafios apontados pela gerente do CRT – DST AIDS de São Paulo, está alcançar maior adesão de pessoas com vulnerabilidade social, além de usuários com baixa escolaridade, pretos, trans, jovens gays e profissionais do sexo. (Com informações da Oficina de Mídia – 4.9.19)