Pesquisadores da USP promovem sequenciamento genético de pacientes com anemia falciforme

Um estudo inédito no Brasil, por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acaba de ser divulgado: o sequenciamento genético de pessoas que têm anemia falciforme.

Doença hereditária e crônica, a anemia falciforme é uma mutação de um gene que desencadeia erro na produção dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias). Ao invés de um formato de disco, que consegue a circulação livre das hemácias pelos vasos, a forma é a de uma foice, o que faz com que as células se enganchem e provoca desde dores muito fortes até AVC. Com o tempo, a doença também pode afetar os órgãos. A possibilidade de cura é com transplante de medula óssea.

Há mais dez anos os pesquisadores da USP buscam informações sobre a enfermidade que acomete mais as pessoas de pele negra.

Foi realizado um sequenciamento genético de 3 mil pacientes que têm anemia falciforme. A pesquisa já traz um resultado que pode auxiliar na qualidade de vida dessas pessoas: uma carteirinha que traz informações bem detalhadas sobre o tipo de sangue do paciente. Isso evita que o paciente tenha complicações quando precisar de transfusão.

“Quanto mais transfusões o paciente recebe, maior a capacidade de ele desenvolver anticorpos contra as hemácias. Então, destrói a transfusão. Então, a gente precisa selecionar aquele melhor doador para aquela transfusão”, explica Vanderson Rocha, presidente da Fundação Pró-Sangue.

Já a professora da Faculdade de Medicina da USP, Ester Sabino, uma das responsáveis pelo sequenciamento, comenta que o sequenciamento é uma excelente notícia para quem sofre da doença, “tem o componente de vir de uma população mais pobre, negra. Então, tem o nosso racismo cultural, que acaba levando esses pacientes a não receberem o mesmo cuidado. Acho que isso a gente tem que chamar a atenção e a gente tem que brigar por eles”. (Com informações do G1/Globo – 17.01.2025)

 

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