Medicina Diagnótisca enfrenta apagão de mão de obra, diz especialista

O mercado de trabalho para tecnologia está aquecido. No cenário de pandemia, a busca por profissionais de TI não cessou.  Muito pelo contrário: todos os setores econômicos estão em processo de transformação digital e demandam por pessoas para trabalhar na área. O Brasil forma anualmente cerca de 45 mil especialistas em tecnologia e há 70 mil novas vagas por ano, segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). O setor de saúde e, mais especificamente o de tecnologias para o setor de medicina diagnóstica, tem enfrentado também a carência de mão de obra. 

“A demanda que temos hoje não é suprida pela quantidade de pessoas que estão sendo graduadas. Tenho visto movimentos de pessoas migrando de carreira para o desenvolvimento por conta das oportunidades e, muitas vezes, sem muita ou com nenhuma base teórica, e isso pode tornar ainda mais trabalhosa a evolução desses profissionais”, explica Luciana, gerente de DHO da Shift, especializada em Tecnologia da Informação para medicina diagnóstica e preventiva. 

“Em nossa área, como estamos falando de aplicações críticas e estão diretamente ligados à saúde das pessoas, pela alta carga de complexidade e especificidade de regras de negócio, as dificuldades são ainda maiores”, diz.  

Por outro lado, a carreira no desenvolvimento de software na área de medicina diagnóstica é bastante promissora. É o desenvolvedor quem tem a habilidade de transformar problemas de negócio em soluções tecnológicas, de forma técnica. Sem esse profissional, as automatizações em diferentes frentes não existiriam e os processos seriam bastante custosos e lentos. “Imagine, em uma pandemia como a que estamos, se não tivéssemos softwares que pudessem automatizar e acelerar os diagnósticos de COVID, por exemplo?”, complementa. 

Conforme estudo “Benchmark Shift 2021: Radar da Medicina Diagnóstica”, os laboratórios que mais crescem são aqueles com estratégias mais maduras e de uso da tecnologia para aprimorar a experiência do paciente. 49% dos laboratórios ouvidos pela pesquisa possuem aplicações móveis e 42% dos respondentes pretendem atuar de alguma forma para melhorar ainda mais o atendimento em 2021. 

Entendendo quem é esse profissional e quais características precisa ter 

O desenvolvedor é um profissional graduado em áreas de tecnologias da informação, com a possibilidade de ter especializações em desenvolvimento de software, por exemplo. Além disso, orientação a qualidade, alta capacidade para modelagem conceitual, entendimento de negócio e embasamento teórico em engenharia de software são alguns diferenciais desses profissionais.  

A carreira deste profissional é um processo de evolução contínua. Ela começa com conhecimentos fundamentais sobre lógicas de programação, estrutura e banco de dados, entre outros. Com o tempo e exposição aos problemas, novas técnicas vão sendo incorporadas para auxiliar no desenvolvimento e engenharia de software, como padrões de projeto, os cinco princípios SOLID, modelagens conceituais, entre outros.  

Além de toda essa trajetória, existe uma alta carga de exposição ao negócio, pois diferente de outros segmentos, a área da saúde é bastante específica em suas regras de negócio. Outro ponto inegociável são conceitos de qualidade de software que ajudam a diminuir a possibilidade de falha nos sistemas.  

“Na Shift, estruturamos um plano para a evolução profissional, visando uma carreira crescente em que o colaborador pode percorrer trilhas diferentes focadas em seu desenvolvimento. Isso permite uma evolução segura para carreiras de especialidades técnicas, como Arquiteto de Software/Solução, e para carreiras de gestão de times de desenvolvimento de software ou agilidade”, finaliza.  (Com informações do Saúde Digital News – 18.01.22)

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