O Ministério da Saúde alertou, nesta semana, os prefeitos e governadores para o aumento dos casos de dengue.
O ano de 2024 fechou com 6,6 milhões de casos de pessoas com a doença, contabilizando 6 mil mortes. Ministério da Saúde já trabalha com um possível agravamento desse quadro nos primeiros meses de 2025.
Para a médica infectologista consultora da Câmara Brasileira do Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Dra. Fernanda Rick, a prevenção e o cuidado são essenciais. “A dengue é uma doença sensível ao clima. Fatores como o aumento das temperaturas e o aumento das chuvas favorecem a reprodução do mosquito transmissor, o que leva a um maior número de casos durante todo o ano. Com a chegada do verão no Hemisfério Sul, os casos de dengue tendem a aumentar. O calor e a chuva criam condições ideais para o mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Além disso, as mudanças climáticas, as medidas de prevenção e tratamento ineficazes e o saneamento precário agravaram o problema”, alerta a infectologista.
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves, entre eles, dores no corpo e nas articulações, mal-estar, fadiga e dor de cabeça, especialmente atrás dos olhos, erupção cutânea que pode coçar, sangramentos (nariz, gengivas) ou hematomas. Casos graves podem levar à desidratação, alterações na pressão arterial, oligúria/anúria (redução da produção de urina) e confusão mental, potencialmente fatal.
Segundo a médica, a dengue pode ser confundida com zika, chikungunya, gripe, resfriado ou até mesmo COVID-19.
*Dicas de cuidados importantes:*
*Mantenha-se bem hidratado e use apenas paracetamol ou dipirona;
*Evite medicamentos anti-inflamatórios como nimesulida, ibuprofeno, diclofenaco ou aspirina;
*Mantenha sua casa limpa e elimine fontes de água parada;
*Use repelente, mesmo durante o dia.
*Procure um serviço medico imediatamente nos casos de suspeita de dengue. O cuidado precoce é fundamental para eitar complicações.
Vacinação:
O SUS disponibiliza a vacina contra dengue em algumas cidades para faixas etárias específicas. Verifique a disponibilidade! As vacinas também estão disponíveis no setor privado.
“A dengue pode ser grave, mas com prevenção e cuidados oportunos, as complicações podem ser evitadas. Juntos, podemos combater a dengue e proteger vidas!”, completa a especialista.
Tipos de teste para detecção de infecção pelo vírus da Dengue
Como os sintomas são inespecíficos (dor de cabeça e febre), a realização do exame é importante para diagnóstico conclusivo e início de tratamento adequado.
Os testes de dengue podem ser do tipo antígeno, sorologia ou RT-PCR. Todos eles são realizados a partir de uma amostra de sangue.
Teste de antígeno NS1
- NS1 é a proteína do vírus;
- Auxilia o diagnóstico em amostra colhida entre 1º e 3º dias de sintomas;
- Metodologia: teste rápido (imunocromatografia);
- Fácil realização, possibilita o diagnóstico antes da defervescência da febre;
- Pode dar positivo até o 9º dia, mas tem tendencia da neutralização com a soroconversão ou na reinfecção.
Teste de sorologia/anticorpo
- Detecta a presença de anticorpos IgM e IgG no sangue. Detecta a resposta à infecção
- IgM positiva após o 6º dia da doença, indicador de infecção recente
- IgG positiva após o 9º dia da doença na infecção primária. Na infecção secundária é detectável a partir do 1º dia
- Várias metodologias: Teste rápido (imunocromatográfico), ELISA, etc.
Teste de RT-PCR
- “Padrão ouro”, é teste de referência para detectar com precisão o vírus da dengue mesmo em estágios iniciais da infecção. Identifica o material genético de vírus;
- Deve ser realizado desde o início dos sintomas até o 5º dia;
Outros testes: caracterização do sorotipo (PCR) e isolamento viral – finalidade epidemiológica, pois não diferença da doença para os diversos sorotipos. (Com informações da CBDL – 10.01.2025)
