O 56º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (CBPC/ML), ocorrido de 10 a 13 de setembro, em Salvador, na Bahia, trouxe também um aspecto econômico importante ao segmento de diagnóstico.
A Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) trouxe, dos Estados Unidos, a líder da área de Life Sciences da KPMG, Kristin Pothier, para falar sobre Fusões e Aquisições – em busca da sobrevivência e sustentabilidade na medicina diagnóstica. O presidente executivo da CBDL, Carlos Eduardo Gouvêa, mediou a palestra da especialista em negócios da KPMG.
Em sua apresentação, Kristin discorreu sobre o biênio 2023-2024, onde a inovação deu o tom, desde aplicações tradicionais de biologia molecular até ferramentas genômicas e metabolômicas. Segundo ela, para a comunidade de medicina laboratorial é vital fornecer inovação e promover acesso aos pacientes em todo o mundo. “Tecnologias automatizadas e digitais continuam a aumentar a eficiência no laboratório, ao mesmo tempo que permitem que os pacientes sejam rastreados e melhor atendidos, resultando em um aumento nos dados gerais”, comentou.
Para ela, a regulamentação e as políticas no cenário de diagnóstico em todas as principais regiões globais afetam a experiência do paciente.
Em todo o mundo, a utilização adequada dos testes continua a representar um desafio para decisões oportunas de tratamento, “entre as tecnologias emergentes, o caminho digital e os diagnósticos alimentados por IA terão o maior impacto na tomada de decisões clínicas durante a próxima década”, alertou.
De acordo com Kristin, os patologistas precisarão estar preparados para o crescimento dos biomarcadores em todos os tipos de tumores, com a América Latina frequentemente apresentando taxas de crescimento mais altas do que muitas outras regiões.
No que se refere ao volume de negócios, a líder da KPMG destacou o florescimento em diversos subsegmentos do cenário de diagnóstico, “dos serviços de laboratório e dos volumes de negócios de diagnóstico que aumentaram ligeiramente no primeiro semestre de 2024 em comparação com 2023”.
Em sua visão, embora o volume de negócios pareça estar aumentando, o tamanho dos negócios diminuiu nos últimos 12 meses, com menos negociações em comparação com o mesmo período do ano passado. “Os cinco principais negócios nos últimos 12 meses foram alimentados pela medicina de precisão na era pós-genômica, com empresas focadas na expansão em proteômica e biologia espacial”, relatou que ainda complementou que a indústria de diagnósticos está em sintonia com o setor farmacêutico neste aspecto, “o primeiro semestre de 2024 deu continuidade a esta tendência, com os principais negócios biofarmacêuticos focados em alvos específicos em todas as áreas terapêuticas”.
Próximos passos
Conforme a opinião de Kristin, a próxima fronteira envolve reunir diferentes conjuntos de dados por meio de plataformas multiômicas e utilizar o aprendizado e a IA para dar sentido à vasta quantidade de dados ômicos, “a qualidade dos dados que alimentam a IA é fundamental para o seu sucesso, uma vez que as organizações estão se concentrando na preparação e na estratégia da IA generativa, que melhora a qualidade, a eficiência e a experiência do paciente em todo o fluxo de trabalho”.
Ao concluir, a dirigente da KPMG destacou quatro pontos fundamentais daqui para frente: a adaptação à era pós-genômica; o papel da IA; o olhar global o foco na extração de valor das aquisições. (Com informações da CBDL – 17.09.2024)