Na última sexta-feira, 22 de março, Kate Middleton (42) anunciou através de um vídeo oficial que está com câncer. Durante o comunicado, a princesa explicou ainda que já está realizando sessões de quimioterapia.
Em janeiro deste ano, Kate passou por uma cirurgia no abdome, no qual não foi informado o motivo. “Eu precisei de tempo para me recuperar da minha cirurgia e começar o tratamento”, disse no vídeo publicado nas redes sociais. A localização do câncer não foi informada.
“Em janeiro, eu passei por uma grande cirurgia abdominal e na ocasião pensou-se que minha condição não era de câncer. A cirurgia foi bem-sucedida, no entanto exames após a operação mostraram que havia câncer. Minha equipe médica aconselhou que eu me submetesse a uma quimioterapia preventiva, e agora estou nos estágios iniciais desse tratamento”, contou.
Recentemente, a Família Real também comunicou que o Rei Charles III (75 anos) foi diagnosticado com câncer. Ele foi internado para tratar um crescimento benigno da próstata, mas o Palácio de Buckingham confirmou que durante a permanência no hospital foi descoberto um outro tipo de tumor maligno.
Os anúncios vêm acompanhados de um importante alerta trazido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu mais recente relatório, divulgado no início de fevereiro: cerca de 20 milhões de pessoas foram diagnosticadas com câncer em 2022 e a expectativa é de que esse número ultrapasse os 35 milhões novos casos em 2050. Além disso, cerca de 53,5 milhões de pessoas atualmente estão vivendo com a doença em todo o mundo.
“O câncer continua a ser um dos principais desafios para a saúde, já que a tendência é de aumento de casos nos próximos anos”, afirma Carlos Gil Fereira, diretor médico da Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas.
Segundo o oncologista, o câncer é uma doença multifatorial e que pode ter diversas causas. Porém, sabe-se que o envelhecimento está diretamente associado a diversos tipos de tumores e, com o aumento da expectativa de vida da população em geral, os casos também tendem a crescer. Fatores ambientais, como estilo de vida, além de algumas mutações genéticas hereditárias em casos mais raros, também influenciam no aparecimento da doença.
“Os avanços em tratamentos e inovações acontecem o tempo todo e hoje temos muito mais opções de drogas e procedimentos menos invasivos, que melhoram a qualidade de vida dos pacientes. Medidas de prevenção precisam ser reforçadas e elas incluem os fatores ambientais, como sedentarismo, redução de tabagismo, obesidade, alimentação e prática de exercícios físicos, e também rastreamento genético. E políticas que promovam exames regulares para detecção precoce de tumores são fundamentais para as chances de sobrevivência das pessoas. O grande desafio é que tudo isso, tanto os tratamentos como exames preventivos, cheguem com equidade às pessoas. Há um desafio médico, mas também social no combate ao câncer”, explica.
Carlos Gil ainda destaca a importância do acompanhamento médico periódico e realização de exames de rotina para detecção precoce do câncer, fatores que, aliados às novas frentes avançadas de tratamento da doença, são a chave para que os índices de incidência não levem também ao aumento das taxas de letalidade. “Precisamos estimular a conscientização da população em geral sobre a detecção precoce de tumores. Quanto mais cedo descoberta a doença, melhor o prognóstico, com resultados positivos às terapias e maiores chances de cura”, sintetiza.
Panorama global do câncer
Atualmente, considerando uma prevalência de 5 anos da doença, a OMS informa que aproximadamente 53,5 milhões de pessoas estão vivendo com câncer em todo mundo, sendo que 1,6 milhão delas está no Brasil – um número que, conforme as perspectivas da entidade, seguirá crescendo.
As projeções indicam uma tendência de elevação dos índices mundiais de detecção do câncer, chegando ao patamar médio de aumento de 77% em 2050 quando comparado ao cenário registrado em 2022, com 20 milhões de novos casos da doença. Isso significa que nas próximas décadas uma a cada 5 pessoas terá câncer em alguma fase da vida.
Em 2022, 10 tipos de câncer representaram dois terços dos novos casos e dos 9 milhões de óbitos decorrentes da doença. O de pulmão foi o mais comum em todo mundo, com 2,5 milhões de diagnósticos (12,4% do total), seguido do câncer de mama feminino (2,3 milhões, ou 11,6%), colorretal (1,9 milhão, 9,6%), próstata (1,5 milhão, 7,3%) e estômago (970 mil, 4,9%). Globalmente, tumores de pulmão (18,7%), colorretal (9,3%) e fígado (7,8%) foram as principais causas de óbito pela doença.
No Brasil, dos 1.634.441 pacientes oncológicos em 2022 — incluindo os novos casos e aqueles diagnosticados em cinco anos —, 278.835 morreram, principalmente de tumores de pulmão, mama feminino e colorretal. As três maiores incidências foram próstata (102.519), mama feminino (94.728) e colorretal (60.118). O risco de desenvolver qualquer tipo de câncer no país antes dos 75 anos foi de 21,5%, sendo maior (24,3%) entre os homens.
Considerando a previsão de novos casos em 2050, o Brasil deve registrar 1,15 milhão de novos casos, um aumento de 83,5% em comparação a 2022. As mortes por câncer também devem ter um aumento considerável: 554 mil, 98,6% a mais do que o atual volume registrado de óbitos pela doença no país.
Confira a seguir os principais dados do GLOBOCAN 2022:
Mundo:
• Número de novos casos de câncer: 19.965.054
• Número de mortes: 9.736.520
• Número de prevalência de casos da doença (5 anos): 53.490.304
• Top 3 por incidência:Pulmão, Mama e Colorretal
• Top 3 por letalidade: Pulmão, Colorretal e Fígado
• Número de novos casos previstos para 2050: 35 milhões
Brasil:
• Número de novos casos de câncer: 627.193
• Número de mortes: 278.835
• Número de prevalência de casos da doença (5 anos): 1.634.441
• Top 3 por incidência: Próstata, Mama e Colorretal
• Top 3 por letalidade: Pulmão, Colorretal e Mama (Com informações da Digital Trix – 26.03.24)