O norovírus que foi identificado como responsável pelo surto de gastroenterite na Baixada Santista recentemente é transmitido por água contaminada.
Os sintomas incluem náuseas, enjoos, vômitos, diarreia (às vezes pode ter sangue), muco, dores abdominais, cólica, febre, cansaço, mal-estar e dor no corpo.
De acordo com a médica infectologista consultora da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Dra. Fernanda Rick, é necessário procurar um atendimento médico se essa diarreia e os vômitos persistirem por mais de 24 a 48 horas, “ou então, se houver sinais de desidratação como boca seca, tontura, urina escura, diminuição da quantidade de urina, alteração da consciência ou muita sonolência. Isso é principalmente importante em idosos, crianças e pessoas com condições de saúde pré-existentes”. Pacientes com alguma debilidade imunológica ou alguma outra comorbidade também devem procurar o serviço mais precocemente, segundo a médica.
Esse tipo de virose é uma enfermidade gastroentérica transmitida pela água. Dá-se pela ingestão de fezes numa água que está contaminada. “Significa que devemos evitar o contato com essa água, seja em banho de mar, alimentos contaminados ou água não potável. É preciso verificar as condições da água do mar onde as pessoas estão frequentando. Isso é possível pelos boletins dos órgãos sanitários e de meio ambientes locais. Se tiver sinais de alerta, sinais de contaminação, não entrem na água. Evitem, inclusive, essa praia, porque de certa forma a água está contaminada e está circulando nas mãos de vendedores, de crianças que acabam indo à beira da água e levam a mão à boca. Então o ideal é evitar essas praias”, adverte a médica.
A especialista também recomenda que se deve lavar bem as mãos com água limpa, sabão, principalmente antes de comer e depois de usar o banheiro. “Se você estiver convivendo com alguém infectado com sinais e sintomas dessa gastroenterite, os cuidados da lavagem das mãos devem ser ainda mais intensificados. E também limpar e desinfetar as superfícies, principalmente de banheiro e cozinha. Evitar o consumo de alimentos e bebidas que podem ter sido manipulados em condições precárias de higiene, onde não se sabe exatamente como que aquele alimento foi preparado. E ainda, evitar alimentos mal cozidos, principalmente frutos do mar”, alerta.
A médica ainda prossegue: lavar bem, higienizar bem frutas e verduras antes de comer.
“A recomendação é evitar sair de casa mesmo depois da melhora dos sintomas, pelo menos por dois dias. Ainda existe a possibilidade de transmissão desse vírus. Então é importante evitar circular para evitar essa transmissão. Lembrando que existe a vacina da hepatite A, embora seja outro vírus não responsável por esse surto, é um vírus também que é transmitido por água contaminada. Então, quem tem acesso à vacina de hepatite A, recomendo tomar essa vacina antes da sua viagem, quando é possível fazer esse tipo de planejamento”.
Para idosos e crianças é muito importante garantir uma hidratação adequada, seja com água potável, água filtrada, água de coco, soro de hidratação oral e bebidas isotônicas. Dependendo do grau de desidratação da pessoa é preciso uma hidratação venosa. “Antes, para se prevenir da desidratação e manter essa população bem hidratada, oferte o tempo todo líquido. Essa população, idosos e crianças, devem ser monitoradas muito de perto, sempre que alguém é próximo dessas pessoas, não deixar crianças e idosos sozinhos apresentando esses sintomas de vômitos e diarreia, porque eles desidratam mais rápido e podem evoluir para quadros mais graves, mais rapidamente, mais precocemente. Então monitorar, observar e em qualquer sinal de desidratação que não esteja melhorando, procurar imediatamente um serviço médico”, conclui a médica. (Com informações da CBDL – 17.01.2025)