ICB/USP desenvolve diversos métodos para a detecção do Covid-19

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP acabaram de desenvolver diferentes métodos para ampliar o número de diagnósticos do coronavírus no Brasil.

O primeiro método permite realizar testes para identificação do vírus em laboratórios com reagentes produzidos no Brasil, o que pode reduzir o tempo de detecção para quatro horas. Os cientistas também estão elaborando uma técnica de teste rápido que usa anticorpos para detectar pacientes contaminados por meio de secreções na garganta. Além disso, os pesquisadores estão trabalhando em um teste sorológico pelo método Elisa para saber quem já foi curado e está imunizado, o que facilitará o retorno das pessoas às atividades normais.

Segundo o professor Edison Durigon, do ICB-USP, coordenador da pesquisa, o diagnóstico da Covid-19 é feito por meio de testes moleculares, com a técnica PCR (Reação em Cadeia da Polimerase, na sigla em inglês) em tempo real. “Esse teste fornece resultados em um período de seis a oito horas, porém o equipamento necessário é muito caro e está disponível apenas em grandes laboratórios. Outro problema é que os reagentes usados nos testes são todos importados, e atualmente há enormes dificuldades em adquiri-los devido à grande demanda em todo o mundo”, comenta Durigon.

Por conta dessa problemática, os cientistas do ICB-USP desenvolveram um teste molecular que usa o PCR clássico, no entanto, o teste poderá ser realizado em equipamentos encontrados na maioria dos laboratórios clínicos. “O teste fornece resultados em quatro horas e foi padronizado para ter a mesma sensibilidade e especificidade dos diagnósticos feitos com o PCR em tempo real, empregando reagentes produzidos no Brasil. A ideia é que mais laboratórios consigam fazer os testes, popularizando os diagnósticos”, salienta o coordenador.

No que se refere aos testes com secreção da garganta, a professora do ICB-USP, Cristiane Guzzo, destaca que “para criar esses testes, foram produzidos em laboratório diferentes fragmentos de proteínas da superfície do vírus. A partir dessas proteínas, são obtidos anticorpos que vão ser usados na montagem do teste para identificar o vírus”.

Ainda de acordo com Durigon, há testes que podem identificar os anticorpos do vírus Sars-CoV-2, mostrando quem já teve a doença e está protegido. “Isso é muito importante, principalmente em casos de pacientes assintomáticos, porque se eles possuem anticorpos não vão pegar a doença de novo e podem retomar suas atividades normais. Esse tipo de teste já está disponível no mercado, sendo usado principalmente por empresas e escolas.”, finalizou. (Com informações da Agência USP – 15.4.20)

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