Uma pesquisa da Fiocruz, coordenada pelo pesquisador Fred Luciano Neves Santos, analisou um método que identifica, com apenas um teste, diversas doenças e variações genéticas do Trypanosoma cruzi, responsável pela Doença de Chagas. A precisão diagnóstica é superior a 99%.
O Elisa, teste laboratorial mais usado para detectar a doença, utiliza partes do protozoário para pesquisa de anticorpos no sangue. Mesmo sendo a técnica mais recorrida, muitas vezes ela confere resultados imprecisos, entre falsos positivos e negativos.
O estudo conjunto entre a Fiocruz Paraná, Fiocruz Pernambuco e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), foi publicado no Journal of Clinical Microbiology.
“O interessante é que várias doenças sejam identificadas ao mesmo tempo em um único teste. Uma alternativa para alcançar este objetivo é o microarranjo líquido, conhecido como Luminex. Neste novo teste, nós preferimos utilizar proteínas sintéticas (quimeras) formadas por diversas partes do parasita. Esta estratégia já foi realizada e verificada anteriormente pelo Elisa, com excelentes resultados”, relatou o coordenador da pesquisa.
Foram usadas na pesquisa 1.333 amostras de sangue de pessoas de várias regiões do Brasil e de países latino-americanos. Segundo o cientista, as quimeras produzidas nas regiões antigênicas do parasita são mais eficazes para diagnosticar a doença.
No entanto, a preocupação desta nova tecnologia para a saúde pública é o fato de seu custo ser mais alto do que o Elisa. “Esse é um caminho normal. Quando a metodologia do microarranjo líquido for popularizada, tende a baixar o valor”, concluiu Fred Luciano. (Com informações da Agência Fiocruz – 5.6.18)