A Fiocruz Bahia, por intermédio do pesquisador Fred Luciano Neves Santos, realizou um estudo sobre a avaliação de um imunoensaio em linha, além do esclarecimento de amostras de soro indeterminadas, pelo teste Western blot, para o diagnóstico de infecção causada pelo HTLV tipos 1 e 2. O artigo foi publicado no Journal of Clinical Microbiology.
Há regiões onde os vírus HTLV são endêmicos e, deste modo, há a necessidade da utilização de imunoensaios em linha para a confirmação dos casos. Entretanto, não havia consenso sobre quais os testes são mais adequados para os casos inconclusivos. O HTLV 1 está associado a doenças neurológicas graves e degenerativas (paraparesia espástica tropical) e hematológicas, como a leucemia e o linfoma de células T humana do adulto (ATL). Quanto ao HTLV 2, ainda não foi totalmente esclarecida sua ligação com alguma patologia.
Na pesquisa foram usadas amostras de três grupos distintos: o grupo 1 com 62 pacientes com HIV/AIDS; o grupo 2 com 24 pacientes com hepatite B; e o grupo 3 com 25 pessoas com HTLV. Os dois primeiros grupos foram formados com amostras de pacientes de São Paulo e o terceiro, com pacientes de Salvador, na Bahia.
Em populações com alto risco para as infecções virais (grupo 1 e 2) e na população geral (grupo 3) o estudo detectou resultados indeterminados. Entre as variantes apontadas estão a baixa carga proviral, as mutações no provírus (partículas defeituosas); produção de baixo nível de antígenos virais, etc.
O imunoensaio em linha conseguiu detectar a infecção pelo HTLV tipo 1 ou 2 em 66,1% no grupo 1; 83,3% no grupo 2 e 76,0% no grupo 3. A maioria dos resultados indeterminados tiveram confirmação pelo teste HTLV-2 positivo no grupo 1 e 2, mas não no grupo 3.
A pesquisa demonstrou que imunoensaio em linha é o melhor teste sorológico para confirmação de infecções por HTLV-1 e HTLV-2 em diferentes regiões do Brasil. (Com informações da Fiocruz – 15.1.20)