Dados divulgados pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) no Atlas do Diabetes mostram que, nos últimos dez anos, houve aumento de 26,61% no número de pessoas que vivem com diabetes no Brasil, deixando o País na sexta posição mundial.
Para a endocrinologista, Dra. Lara Bessa, do Fleury Medicina e Saúde, diversos cenários estão envolvidos nesse resultado. “Infelizmente, muitos não sabem que apresentam a doença e, consequentemente, não realizam o acompanhamento adequado. Alguns pacientes têm conhecimento, mas não conseguem assistência médica regular e outros não buscam um especialista. Apenas 15% das pessoas diabéticas realizam anualmente o exame de hemoglobina glicada, por exemplo. Isso é muito preocupante”, explica a médica.
A Dra. Lara Bessa também ressalta que esse resultado está intimamente relacionado com o aumento da obesidade e do sedentarismo e, diante disso, a especialista esclarece dúvidas sobre a doença.
O que é o diabetes?
Diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que se caracteriza pelo aumento de glicose no sangue (hiperglicemia). Ao falar sobre DM, não se pode deixar de abordar a insulina – hormônio produzido pelas células beta-pancreáticas, que têm como função o controle do transporte de glicose do sangue para o interior das células. Assim, se a pessoa não produzir insulina em quantidade apropriada a sua ação é reduzida e há o acúmulo de glicose no sangue e, consequentemente, desenvolvimento do DM.
Sintomas
O DM tipo 2 normalmente é assintomático e, por isso, muitos pacientes acabam convivendo com a doença por anos antes de serem diagnosticados. Os sintomas ocorrem quando a hiperglicemia atinge níveis muito elevados (usualmente > 250 mg/ dl). Os principais sintomas são o aumento da sede, do volume de urina e da fome, perda de peso e mal-estar.
Prevenção
A melhor forma de prevenção é manter hábitos de vida saudáveis, com uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos regulares e evitar ganho de peso.
Diagnóstico
O diagnóstico de diabetes pode ser estabelecido por meio de três exames: glicemia de jejum, hemoglobina glicada e curva glicêmica após 75g de glicose anidra.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diagnóstico é estabelecido quando o paciente apresenta dois dos seguintes exames alterados:
- Glicemia de jejum > ou = 126 mg/dl
- Hemoglobina glicada (HbA1c) > ou = 6,5 %
- Teste de tolerância oral a glicose (75g) com glicemia aos 120 min > ou = 200 mg/dl
- Paciente com sintomas de hiperglicemia e glicemia aleatória > ou = 200mg/dl
*Com exceção de pacientes com sintomas de hiperglicemia e com glicemia aleatória > ou = 200mg/dl.
Tratamento
A base do tratamento de DM tipo 2 é a mudança de estilo de vida. O paciente deve ser orientado a ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regularmente e perder peso. Adicionalmente, deve instituir tratamento medicamentoso, com utilização de remédios por via oral ou subcutâneos. “Existem várias possibilidades de medicamentos e a decisão de terapêutica deve ser instituída de maneira individual e sempre consultando o médico especialista”, finaliza Dra. Lara Bessa. (Com informações da A&4 Holofote – 14.10.22)