A mamografia e o ultrassom de mamas são as formas mais eficientes para se detectar o câncer de mama em estágio inicial e, assim, realizar-se o tratamento o mais cedo possível, com alta perspectiva de cura. Porém, realizar esses exames não significa que a mulher não desenvolva a doença, afinal, eles são feitos para que se obtenha um diagnóstico e seja possível adotar um tratamento.
Em se tratando de câncer de mama, porém, há uma modalidade de exame que permite que ações sejam tomadas para que a paciente aumente em até 80% a chance de não desenvolver a doença: trata-se do mapeamento genético (cujo nome pode variar de um laboratório para o outro), indicado para mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer de mama hereditário. “Quando uma mulher tem familiares próximas, como mãe e irmãs, com a doença, pode realizar o mapeamento e saber se carrega os genes que a farão desenvolver também o mesmo problema”, diz a mastologista Mariana Rosario, do corpo clínico do hospital Albert Einstein e com formação em Mastologia pelo Instituto Europeu de Oncologia, em Milão, na Itália.
Segundo a médica, se a mulher carrega esses genes, ela pode optar pela cirurgia de redução de risco, que é a remoção de 80% a 90% das mamas, para que se elimine a possibilidade de desenvolvimento do câncer no mesmo percentual. “As mamas são removidas e reconstruídas e a paciente passa a fazer acompanhamento, porque o risco se reduz a 20% ou 10%. É uma atitude que pode salvar a vida dessa mulher”, enfatiza a médica.
Os testes genéticos costumam mapear mais de 20 tipos de marcadores, sendo o mais conhecido deles o BRCA (dos tipos 1 e 2). “Quem carrega esse gene tem alta probabilidade de desenvolver o câncer de mama. É preciso, porém, que a parente com câncer também seja testada, então, se ela já faleceu, o teste é invalidado”, alerta a médica.
Os mesmos testes também podem ser utilizados no mapeamento do câncer de ovário.
Reposição hormonal
Realizar o mapeamento genético é importante também para as mulheres que precisam de reposição hormonal mas têm casos de câncer de mama na família. “Até bem pouco tempo atrás, a reposição era completamente desaconselhada, porque o estradiol pode aumentar o risco do desenvolvimento do câncer de mama. Porém, se a mulher não carrega esse gene, podemos optar pela terapia de reposição hormonal”, diz a médica.
Ela explica que, neste caso, apenas os hormônios bioidênticos são indicados. “Além de serem os mais parecidos com os que temos naturalmente no organismo, eles são implantados conforme a dose que as mulheres precisam, de forma individualizada”, diz a médica.
A terapia de reposição hormonal é de extrema utilidade em alguns momentos da vida, especialmente na menopausa, quando os níveis hormonais caem e muitas mulheres desenvolvem problemas de saúde como a Síndrome Metabólica, aumentando o risco cardíaco. Elas também podem ter insônia, depressão e outros problemas que vão além dos mais comuns, relatados por quem passa por uma transição leve do período fértil para o não-fértil. (Com informações da UAPÊ Comunicação – 29.06.22)