Em matéria publicada, o jornal Estadão (SP) informa que o Ministério da Saúde (MS) estima que apenas um em cada quatro brasileiros com hepatite B sabe que tem a doença, isto é, apenas 24% dos pacientes foram diagnosticados.
Estes índices fizeram com que a pasta ampliasse a meta de detecção da doença. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do MS, Ethel Maciel, destacou que estes baixos números estão relacionados à pandemia de covid-19, “precisamos resgatar e ampliar o diagnóstico nas unidades de saúde”, alertou.
Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, cerca de 37% dos casos de hepatites registrados no Brasil são causadas pelo vírus HBV. Ainda não há cura para a doença, mas os medicamentos disponibilizados pelo SUS são capazes de controlar a carga viral e estabilizar o quadro clínico.
A farmacêutica e diretora técnica da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Josely Chiarella, aponta para a necessidade premente de se identificar os portadores do vírus causador do mal. “Urge a necessidade de ampliar a detecção da doença. O MS já ampliou a meta do diagnóstico. Atualmente, há testes rápidos (imunocromatografia de fluxo lateral) para hepatites B e C que são indicados para triagem e podem ser realizados com uma gota de sangue e também com fluido gengival. Exames como ALT ou TGP, AST ou TGO não são específicos para hepatites, mas quando alterados podem indicar alterações hepáticas sugestivas de hepatite e devem ser confirmados com exames clínicos e testes específicos”, comenta a especialista que conclui, “existe vacina preventiva para a hepatite B e a hepatite C é curável. A medicação está disponível no SUS”.
As hepatites virais podem ser aguda (fulminante) ou crônica, sintomáticas ou assintomáticas (a maioria). Os principais sintomas são fadiga, mal-estar, náuseas, dor abdominal, anorexia e icterícia. A forma assintomática é a mais comum, e por isso se torna crônica. Nest casos os sintomas aparecem apenas no estágio avançado da doença: fibrose, cirrose ou carcinoma hepatocelular.
As populações vulneráveis para hepatites:
B: homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, usuários de drogas, pessoas privadas de liberdade, indivíduos em situação de rua, quilombolas, etc;
C: indivíduos com 40 anos ou mais, pacientes que realizam transfusão e transplantes, pessoas que compartilham seringas, etc. (Com informações da Oficina de Mídia – 27.07.23)