O Prêmio Veja Saúde Oncoclínicas de Inovação Médica, edição de 2024, com o apoio da FAPESP, agraciou diversos cientistas brasileiros, entre eles a área de diagnóstico.
A premiação tem como objetivo o reconhecimento de iniciativas podem mudar a eficiência, a assertividade e a sustentabilidade dos cuidados direcionados aos pacientes.
Nessa edição, os prêmios foram direcionados a temas como câncer, doenças infecciosas e autismo.
Marco Andrey Cipriani Frade, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), foi um dos premiados na categoria “Tecnologias Diagnósticas”, com um novo exame de sangue que observa a resposta dos anticorpos a uma proteína específica do bacilo da hanseníase.
*A dificuldade do diagnóstico com os testes laboratoriais atuais motivou uma equipe da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP) a investigar novas moléculas para facilitar a identificação de pessoas infectadas que ainda não apresentam sinais da doença, como manchas na pele ou perda de sensibilidade e da força muscular. Para isso, os pesquisadores avaliaram o potencial de anticorpos contra uma proteína, a Mce1 A, que compõe a Mycobacterium leprae, a bactéria causadora da hanseníase. Eles analisaram o sangue de 82 voluntários, moradores de Parnaíba (PI), divididos em quatro grupos: casos novos, pacientes já tratados, pessoas que moravam com doentes por pelo menos seis meses antes do diagnóstico de indivíduos saudáveis moradores de região endêmica no estado. O resultado do estudo mostrou que os anticorpos contra a proteína específica são importantes marcadores de contato com o bacilo, indicando o potencial dessa molécula para diagnóstico, monitoramento e rastreio de quem teve contato com pacientes. A
descoberta é passo significativo para o desenvolvimento de plataformas diagnósticas de baixo custo e de fácil execução para uso em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do país – e uma estratégia para redução no número de contágios, de infecções e de reincidências da doença.
Já na categoria “Inteligência Artificial na Transformação em Saúde”, Alexandre Defelicibus, Dirce Maria Carraro, Emmanuel Dias-Neto e Israel Tojal da Silva, médicos do A.C. Camargo Cancer Center (Hospital do Câncer) venceram com uma plataforma que detecta o câncer de mama.
No quesito “Medicina de Precisão e Genômica”, Marcella Regina Cardoso, pós-doutoranda na Harvard Medical School, conduziu um estudo que desvenda o mecanismo que permite ao vírus da COVID-19 escapar das células de defesa do organismo, juntamente com Erich Vinicius de Paula, Fernanda Loureiro de Andrade Orsi e Licio Augusto Velloso, os três da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp).
Em “Prevenção e Promoção à Saúde” venceu um modelo que prediz os pacientes internados por COVID-19 que estariam mais vulneráveis a sequelas pulmonares. Entre os laureados, Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho, Celina de Almeida Lamas, João Marcos Salge, Carlos Toufen Júnior, Paula Gobi Scudeller, Marco Antonio Gutierrez e Bruno Guedes Baldi, todos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).
Por último, na categoria “Terapias e Tratamentos Inovadores”, Natália Noronha Ferreira Naddeo e Valtencir Zucolotto, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, foram agraciados por um trabalho que desenvolveu um sistema baseado em nanotecnologia que servirá como um atalho seguro (via nasal) para o tratamento de um tipo de câncer cerebral, o glioblastoma.
*Site da Prêmio Veja Saúde
(Com informações da Agência Fapesp – 24.10.2024)