CBDL apoia priorização da Anvisa em testes para diagnóstico de dengue, chicungunya e Oropouche. Médico infectologista defende expansão de acesso

Até o fim de agosto, o Brasil registrou mais de 200 mil casos prováveis de chikungunya, doença transmitida pelo Aedes aegypti, que é o mesmo vetor da dengue a da zika. O aquecimento global e as anomalias nos padrões de temperatura e precipitação, decorrentes dos impactos climáticos e do fenômeno climático El Niño, devem aumentar a incidência dessas viroses transmitidas por mosquitos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 50% da população mundial, abrangendo mais de 100 países, está em risco de contrair dengue. Em 2024 foram registrados 7,6 milhões de casos suspeitos com mais de 3 mil óbitos em todo o mundo.

O Brasil, com 6,5 milhões de casos prováveis de dengue em 2024 representa cerca de 80% dos casos globais e um aumento de casos de 345% quando comparado com o ano anterior. Outros países com aumento expressivo de casos incluem Argentina, Paraguai e Peru são os principais países com aumento de casos.

Durante 2024, o Brasil teve 5.219 mortes confirmadas por dengue e ainda 2.012 casos estão sob investigação. É importante ressaltar que as mortes por dengue são muitas vezes evitáveis, desde que haja acesso ao diagnóstico precoce e da assistência adequada pelos serviços de saúde.

Outra virose emergente transmitida por mosquitos é a febre Oropouche. Até agosto deste ano, o Brasil tinha 7653 casos desta enfermidade, em 23 estados, sendo 3.228 casos confirmados apenas no estado do Amazonas. Foram contabilizados 2 óbitos. A transmissão da febre Oropouche ocorre por meio do mosquito Culicoides paraenses.

Segundo o médico infectologista consultor da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Dr. Ruan Fernandes, as arboviroses apresentam uma elevada incidência no Brasil, no entanto o diagnóstico e a vigilância epidemiológica ainda são prioritariamente por definição clínico-epidemiológica. “Expandir o acesso a testes diagnósticos de dengue, chikungunya e oropuche, tanto imunoensaio como biologia molecular, será estratégia para termos números fidedignos e melhorar a assistência dos pacientes acometidos”, adverte. (Com informações da CBDL – 10.10.2024)

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