Segundo a OMS, há registro de cerca de 390 milhões de casos de dengue no mundo por ano, e 96 milhões desses casos resultam em doenças com alguma severidade. Houve aumento superior a 600% nos AVIs causados pela doença desde 1990.
Para David Molyneux, da Escola de Medicina Tropical de Liverpool (Inglaterra), a dengue “é uma das DTNs mais negligenciadas, e é muito difícil de controlar e diagnosticar.”
Uma causa importante desse aumento é o movimento de pessoas de áreas rurais para centros urbanos, ambiente propício à proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença e de outras enfermidades como Zika e febre amarela.
“Mosquitos botam ovos em recipientes com água limpa e parada, como pneus e tanques abertos: objetos encontrados em áreas urbanas. Esses fatores provocam aumento nas populações do vetor e o avanço da doença acompanha a expansão urbana”, afirmou Molyneux.
“Enquanto o avanço da doença no Sudeste Asiático tem sido foco de atenção, a situação na África ainda é pouco conhecida. Em muitos casos, a dengue é diagnosticada erroneamente como malária, e todos os indicadores de DTNs podem estar subnotificados.”
“É um desafio real”, diz o professor. “Em Cingapura a saúde pública é fantástica, mas os casos de dengue são recorrentes. Se isso ocorre em uma cidade com um bom sistema de saúde, com punições para quem mantém ambientes de reprodução do mosquito, como é possível controlar a doença em outros lugares, mesmo com todos nossos esforços?”, questiona.
Mas ainda há esperança, depositada geralmente em vacinas. Em julho, foi liberada no Brasil a comercialização da vacina contra a dengue Dengvaxia, do laboratório Sanofi Pasteur, com preços entre R$ 132,76 e R$ 138,53 para hospitais e clínicas, segundo a Agência Brasil.
(Com informações da BBC Brasil e do UOL Ciências e Saúde – 8.10.16)