“Eu não votei no Bolsonaro, mas sou otimista e trabalharei para a solução”, declarou Gonzalo Vecina, em encontro promovido pela CBDL

Um das maiores autoridades do segmento de saúde do Brasil, o médico Gonzalo Vecina, da Faculdade de Saúde Pública da USP, foi uma das atrações do evento “Brasil 2019 – O Novo Governo e os Impactos na Saúde – O que esperar?”, promovido pela Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), no último dia 6, quinta-feira, no Auditório da Sede do Grupo Fleury, em São Paulo.

Com extenso currículo político, com passagens em governos de Paulo Maluf, José Serra e Marta Suplicy, Vecina apontou dois grandes problemas no Brasil: a baixa produtividade e o crescimento vegetativo.

“Estamos numa crise interna criada pelo próprio país. Maior que a corrupção, temos um grave problema, a impunidade. É preciso transparência e punição”, defendeu Vecina.

O médico ressaltou que o primeiro ano do novo governo será muito difícil para a sociedade e para a saúde. “Eu não votei no Bolsonaro, mas não existe governo sem democracia. No entanto acredito que nós vamos voltar para o jogo. Sou otimista e trabalharei para a solução”, enfatizou.

Na opinião de Vecina, o desafio político existe, mas é preciso enfrentá-lo com transparência. “No ministério de José Serra tivemos que confrontar a indústria do tabaco e o setor de propaganda juntos. Os senhores não imaginam a pressão que exerceram sobre nós, mas nós vencemos! Hoje temos apenas 7% de tabagistas no Brasil”, revelou.

Outra questão polêmica levantada por Vecina foi a remuneração da classe médica. “É preciso mudar o jeito de se fazer negócios. Não podemos aceitar que o médico seja remunerado por meio de medicamentos, por exemplo, isto está errado!”, finalizou.

 

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